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Acadêmicos de Arquitetura e Urbanismo apresentam Projetos Integradores com foco no patrimônio cultural

Atualizado em 12/12/2024 às 16:51:12


Acadêmicos do curso de Arquitetura e Urbanismo apresentaram, na manhã desta quinta-feira, 12, no Salão Nobre da Prefeitura de Bagé, os resultados dos Projetos Integradores desenvolvidos ao longo do semestre. Com a temática voltada ao patrimônio cultural e arquitetônico da cidade, os estudantes trouxeram propostas criativas que dialogam com a história local e exploram as potencialidades urbanísticas de Bagé.

De acordo com a professora doutora Magali Nocchi Collares Gonçalves, os projetos do módulo VI envolvem um exercício acadêmico voltado ao patrimônio, no qual os acadêmicos escolheram prédios ou locais da cidade que comportem intervenções. "Eles estudam a parte teórica sobre patrimônio e apresentam propostas de intervenção. Embora seja um exercício acadêmico, ele representa as potencialidades de Bagé nesse campo. Nossa cidade possui um patrimônio único, com um centro urbano rico em imóveis tombados, reconhecidos pelo Iphae (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Rio Grande do Sul) e inventariados pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Isso configura um nicho de mercado importante para os arquitetos formados aqui", explicou.

Os trabalhos foram desenvolvidos mediante componentes curriculares, como Conforto Acústico e Conforto Lumínico, ambos orientados pela professora Fernanda Vieira Barasuol; Patrimônio Cultural e Histórico Edificado, sob orientação da professora Marília Barbosa; e Teoria do Urbanismo, orientado pela professora Cristina Wayne Brito Gafrée Silveira.

Entre os projetos apresentados, um dos exemplos foi “Estação Aurora”, desenvolvido pelos acadêmicos Thiago Vivian e Luiza Cabrera. A proposta consiste na revitalização do prédio do Centro Administrativo com a criação de um anexo arquitetônico que utiliza vidro, ferro e madeira, visando dialogar com a história da antiga Estação Férrea de Bagé. Segundo Vivian, o projeto buscou valorizar a cultura local. "Recebemos a proposta de criar algo novo no prédio já existente, dando uma nova utilidade a ele. Pensamos em um anexo de vidro para diferenciar o que é novo, além de utilizá-lo como um museu que conta a história da antiga estação, incluindo a exposição de trilhos que ainda existem no local", detalhou.

Luiza complementou, destacando a transparência como um elemento essencial. "A ideia do vidro é trazer clareza e conexão com o entorno. Retiramos grades e muros, substituindo-os por vidro para integrar o espaço com a praça, antes muito escuro. Além disso, focamos em manter a vegetação original e criar um ambiente cultural com oficinas gratuitas de pintura e desenho. Também homenageamos figuras históricas da cidade, como Clóvis Assumpção (poeta e crítico de arte), Henrique Tobal (arquiteto espanhol que viveu em Bagé) e Glênio Bianchetti (artista plástico bageense), nomeando espaços do projeto em sua memória", ressaltou.

Os acadêmicos enfatizaram a importância de trazer a história local para o presente, reforçando a conexão da comunidade com suas raízes. "Foi um exercício de criatividade e respeito à memória. Ao estudar a história da estação, percebemos o quanto ela é desconhecida por muitos, mas essencial para a nossa identidade. Nosso objetivo foi criar algo que resgatasse essa essência cultural e a torne acessível à população", destacou Vivian.