Atualizado em 27/10/2023 às 18:13:27
Uma ação idealizada pelo Núcleo de Práticas de Saúde (NPS) da Urcamp deu início ao projeto Mulheres de Fibra. A ação consiste em atender portadoras de fibromialgia e teve sua primeira oficina realizada na tarde da última quarta-feira, 25, com as pacientes que já são atendidas pelo NPS (totalizando oito), que funciona em anexo ao Hospital Universitário (HU). A perspectiva é que o trabalho seja ampliado e atenda todas que estão cadastradas no Grupo Fibro Bagé. Vale lembrar que, recentemente, a Câmara de Vereadores aprovou uma lei que implementou políticas públicas para o tratamento de fibromialgia.
Segundo a coordenadora do NPS e professora de Nutrição, Mirtes Dalmaso, o projeto Mulheres de Fibra vai incluir a implementação de práticas multiprofissionais para garantir assistência qualificada em um ambiente estruturado. Outro objetivo é gerenciar a dor e a fadiga associadas à síndrome, através de recursos fisioterápicos, auxiliar no controle do estresse, ansiedade e depressão com atendimentos de psicoterapia, promover a adoção de uma dieta saudável e adequada às necessidades dos pacientes para minimizar os impactos da fibromialgia e proporcionar desenvolvimento de pesquisa, a nível de graduação e pós-graduação.
Os pacientes serão encaminhados pela rede de saúde do município ao NPS/URCAMP, onde participarão de grupos interdisciplinares, com profissionais e alunos dos cursos de Fisioterapia, Nutrição e Psicologia e encaminhados para atendimentos individuais quando necessário.
A idealização foi das professoras Mirtes Dalmaso (Nutrição e coordenadora do NPS) e Ionara Hoffmeister (Fisioterapia) e é realizado juntamente dos professores Maurício Carvalho (Fisioterapia), Elisandro Freitas (Psicologia e preceptor), Cássia Medeiros (Nutrição) e Maísa Rodrigues (Fisioterapeuta do HU). Ou seja, trata-se de uma abordagem multidisciplinar para tratamento da fibromialgia.
Embora o projeto seja piloto, a intenção é que os encontros sejam realizados uma vez por mês. E já há essa perspectiva, pois, de acordo com a professora Ionara Hoffmeister, o projeto Mulheres de Fibra tem uma nova edição prevista para novembro e, a partir de 2024, adotará caráter contínuo.
Sobre a fibromialgia
A fibromialgia é uma síndrome que se caracteriza por dor crônica e não inflamatória, cuja origem ainda não é completamente compreendida. Essa condição representa cerca de 15% das consultas realizadas em clínicas de reumatologia e de 5% a 10% nas clínicas de medicina geral. A proporção entre mulheres e homens é de cerca de 6 a 10 mulheres para cada homem.
Nas abordagens não farmacológicas, além da fisioterapia, a nutrição, a psicologia e a educação física também surge com um papel que apresenta benefícios potenciais na gestão da fibromialgia.
A abordagem multidisciplinar proposta neste projeto visa abordar a fibromialgia de maneira abrangente, promovendo a saúde física e mental dos pacientes. Ao combinar exercícios físicos personalizados, terapia cognitivo-comportamental, técnicas de relaxamento e educação sobre estilo de vida saudável, espera-se reduzir a intensidade dos sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes que lidam com essa condição debilitante, e potencializar os resultados do seu tratamento sempre combinando o farmacológico e o não farmacológico.