Em Urcamp | Por Yuri Cougo Dias A partir da inserção de uma nova metodologia, que prima por um resultado mais preciso, o Hospital Universitário Dr. Mário Araújo, mantido pela Fundação Attila Taborda, ampliou ainda mais o trabalho de testagem de pacientes suspeitos com covid-19 em Bagé e região. Com diagnósticos rápidos, as ações de enfrentamento ao vírus passam a ganhar mais agilidade. E tudo isso por um preço mais acessível, de modo que a comunidade consiga ser beneficiada. Assim, a instituição cumpre ainda mais seu papel de desenvolvimento e cuidado com a região da Campanha.
O serviço oferecido pelo HU é o de exames RT-PCR, pela máquina Qianquant. Trata-se de um equipamento de biologia molecular que permite realizar testes em uma escala maior. Com as atualizações feitas na capacidade, a instituição passa a oferecer os seguintes valores: PCR (laudo entregue em até 24 horas), de R$ 270 para R$ 160; e PCR Express (em até às 20 horas do mesmo dia), por R$ 280.
O equipamento está diariamente disponível para exames particulares e convênios, além de ser disponibilizado para funcionários e professores da Urcamp e Hospital Universitário, a partir de encaminhamento médico em consulta realizada no local.
Sensibilidade no diagnóstico
Professor da Urcamp e Responsável Técnico do Laboratório de Pesquisa em Biologia Molecular, Rafael Reis afirma que a tecnologia, até então inédita na região, possibilita um crescimento muito grande, também, na escala de pesquisas. “É uma tecnologia de ponta que está presente em grandes centros e possibilita um diagnóstico de ótima qualidade, de forma mais sensível. Trata-se de um equipamento que possui a capacidade de aumentar o número de pacientes. Antes, eram em torno de quatro testes por hora. Agora, 96 por hora. É um exame que possibilita alcançar um número maior de pessoas, por um custo mais baixo e com alta capacidade de testagem”, ressalta.
Além do Qiaquant, o Hospital Universitário também conta com o Gene Xpert, equipamento de Biologia Molecular que pode realizar uma ampla gama de testes genéticos e moleculares, desde determinar risco genético de trombose, identificação de mutações de doenças hematológicas, genes de resistência a antibióticos até identificação precoce de tuberculose e detecção de diversos vírus respiratórios como Influenza e Vírus Sincicial Respiratório entre outros testes.
Professora da Urcamp, a farmacêutica e bioquímica, Cintia Ambrozio comenta que o principal diferencial dos testes que são feitos em equipamentos de biologia molecular, em relação aos testes rápidos, é a sensibilidade. “Ele detecta a presença do vírus de pequenas quantidades do material genético do vírus. Embora os demais também sejam feitos com coleta SWAB nasal, este possibilita uma segurança maior. Inclusive, há até alguns lugares e aeroportos só aceitam RT- PCR. Não pesquisamos Antígenos (Pedaços do vírus) pesquisamos o material genético do vírus que específico de cada organismo. em si”, salienta.
Nesse contexto, um dos exemplos que pode ser citado é o do Uruguai. Ambos os exames realizados no HU são os únicos na região da Campanha que autorizam brasileiros a acessarem o Uruguai, como para quem viaja por Aceguá. Na atualidade, quem deseja ingressar no país precisa seguir um protocolo rígido, que inclui desde a apresentação de um certificado de teste RT-PCR negativo realizado 72 horas antes da viagem, o qual passa por avaliação, e, na sequência, um período de isolamento de sete dias. E somente após uma nova avaliação é que determinará quem poderá ou não circular pelas ruas uruguaias.
Hospital tem precisão no Programa
O equipamento disponível no HU participa do Programa Nacional do Controle de Qualidade (PNCQ), realizado pela Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC). Em abril, o laboratório do Hospital Universitário foi submetido a uma avaliação mensal.
E o HU acertou o resultado de todas as amostras que foram enviadas pelo PNCQ. Na prática, o órgão envia amostras e o laboratório fica designado a constatar se é positivo ou não para o vírus. Nisso, o HU foi totalmente preciso, comprovando, assim, a qualidade da metodologia utilizada.
Como funciona o procedimento
A coleta ocorre no período das 8h às 12h, de forma pré-agendada, por meio de um aplicativo específico. A coleta é realizada através da introdução de um swab na nasofaringe (“cotonete no nariz”), o qual é posteriormente inserido em um líquido especial denominado meio de cultura viral, que possui a finalidade de manter a estabilidade da amostra até a realização do exame.
O exame deve ser realizado entre o 2º e 6º dia após o início dos sintomas, sendo preferencialmente coletado entre o 3° e o 5° dia. Em se tratando de contato com alguém conhecidamente positivo para Covid-19, o período da coleta deverá ser avaliado pelo médico.
O agendamento é realizado mediante aplicativo (ver link: https://app.acuityscheduling.com/schedule.php?owner=21301062&appointmentType=18527354), não exigindo preparações pré-coleta. Também há a disponibilidade do WhatsApp e telefone: (53) 999930455.
Adentrar na casa das pessoas por meio da tecnologia, e, assim, levar conhecimento com segurança. Há um ano e meio, desde que os protocolos e restrições à COVID-19 foram implantados no estado, na segunda quinzena de março de 2020, a Urcamp vem trabalhando de forma remota. O ensino, tanto da graduação quanto dos Colégios da Urcamp, foi virtualizado, sem perder a interação e a qualidade da aprendizagem.
Em meio à pandemia, funcionários e professores retornavam aos seus lares sem data certa para voltar aos corredores da Urcamp. Assim como eles, os alunos também iniciavam o seu isolamento social, deixando as cadeiras das salas de aula vazias. Porém, por mais que os prédios da Instituição estivessem sem seu fluxo diário, a educação não podia parar. Foram implantadas, dessa forma, as aulas virtualizadas, por meio de videoconferências no Google Meet e intensificadas as atividades na plataforma que já era habitual aos acadêmicos, o Moodle.
A reitora do Centro Universitário da Região da Campanha (Urcamp) e presidente da Fundação Attila Taborda, professora Lia Maria Herzer Quintana, faz uma reflexão acerca da virtualização das aulas mas, acima de tudo, sobre o envolvimento fundamental dos familiares dos estudantes. “Com a mudança dos ensinos virtualizados e da própria pandemia, as famílias todas estão mais em casa e todos mais atentos ao que está acontecendo. Uma vez que tu faz uma aula virtualizada, tu entra na casa das pessoas por um canal digital, de comunicação. E isso é importante porque muitas vezes tu faz a formação, ajuda na formação, os pais, às vezes, têm a formação, mas o fundamental é que eles conseguem avaliar o quanto é importante o ensino, o desenvolvimento, o conhecimento, pois desperta nas pessoas o que o indivíduo tem de melhor, que é a capacidade, o conhecimento. Vale destacar que o desenvolvimento de qualquer nação, de qualquer país, de qualquer pessoa, se dá através do aprendizado”.
Seguindo os protocolos de segurança dos municípios e do estado do Rio Grande do Sul, a Urcamp transformou a casa de cada aluno, funcionário e professor, em um escritório e sala de aula compartilhada através da tela dos chromebooks, notebooks, computadores, tablets e celulares. Foi possível, graças ao empenho da Gestão e de cada membro que compõe a comunidade acadêmica, não perder a qualidade e proporcionar uma aprendizagem sem atraso aos estudantes. Lia Quintana pondera que a educação faz parte do desenvolvimento do ser humano, da sociedade, das relações, e que essa troca de conhecimento está aquém da sala de aula. “Esse aprendizado não é necessariamente o aprendizado acadêmico, a regra, mas, sim, o aprendizado como um todo. Então, quando tu troca essa ideia, lembrando que em nosso modelo educacional a gente, também, aprende com os alunos e que, por óbvio, a gente vai aprender com as família, talvez, iremos preencher alguns vazios que a própria pandemia está nos fazendo em função do distanciamento social”.
Essa inversão, de levar a faculdade e os colégios para dentro da casa dos nossos estudantes, foi estruturada rapidamente, pois o quadro docente já era adepto aos recursos tecnológicos, o que facilitou a virtualização do ensino. Para a pró-reitora de ensino da Urcamp, professora Virgínia Paiva Dreux, esse é um avanço que reforça o comprometimento da Instituição. “A gente precisou só de dois dias, lá em março de 2020, para se adequar e começar as atividades de forma remota e estamos assim ao longo de todo esse tempo com toda a formação docente de forma continuada. Os nossos professores se capacitam todos os meses, através de oficinas, e o resultado está aí, todo mundo com todos os conteúdos em dia; a gente não está atrasando a conclusão dos semestres e isso nos dá um estímulo muito grande”.
Todos os dias, no horário das aulas, o professor acessa o Moodle, migra para o Google Meet e encontra suas turmas. Porém, há mais de um ano esse encontro não é apenas com aquele aluno matriculado, mas com sua família. Virou rotina assistir às aulas enquanto o acadêmico está preparando o jantar, ou ajudando o seu filho com as tarefas de aula, compartilhando o conhecimento com cônjuges ou namorados. Foi possível obter a aprendizagem e, ao mesmo tempo, equilibrá-la com os tantos afazeres que são parte de quem está em casa.
Virgínia Dreux enfatiza que esse encontro, através das aulas, com os familiares é motivo de orgulho e responsabilidade da Instituição. “A Urcamp se orgulha muito de toda comunidade, professores, funcionários, estudantes que, há um ano e meio, estão assistindo e dando aulas dessa forma. A gente tem muita responsabilidade a partir do momento em que está dentro das casa das pessoas todos os dias. Já ouvimos muitos depoimentos, neste tempo, de pais e mães, maridos, esposas, de que é um aprendizado para todo mundo. Além do conhecimento do curso, é, também, um aprendizado de vida, no momento em que faz a gente se refazer, pois têm que fazer várias atividades ao mesmo tempo, assistindo aula, cuidando da casa, atendendo os filhos”.
O ensino remoto permite a interação em tempo real entre professores e estudantes, mas, também, requer comprometimento por parte do acadêmico que estava ambientado ao ensino presencial. Para Maria Eduarda Lima, acadêmica do curso de Direito, campus Bagé, a virtualização das aulas foi fundamental para que não houvesse atraso em sua jornada, além de proporcionar encontros que, em tempos normais, talvez não acontecessem. “Acredito que a URCAMP acertou em manter as aulas de forma virtualizada. Enquanto muitos estudantes tiveram uma grande pausa nas suas, nós seguimos mantendo contato com os professores diariamente por meio das videochamadas. Tivemos todos os materiais disponibilizados por meio da plataforma Moodle. Inclusive eventos como a Semana Jurídica puderam ser mantidos, tendo ainda a oportunidade de assistirmos a convidados que talvez presencialmente não poderiam comparecer. Isso contribuiu também para manter a previsão de conclusão do curso, sem atrasos. O uso da tecnologia à disposição facilitou muito!”, relatou.
Hoje, quase um ano e meio depois de voltarmos às nossas residências, seguimos em casa, isolados. Porém, andamos tal qual seria se estivéssemos nas salas presenciais. O que mudou foi a maneira de interagir através da tecnologia, além da inversão. Agora, ao contrário dos alunos irem para a Urcamp, é a própria Instituição que adentra diariamente seus lares, conhecendo e se deixando conhecer pelos familiares, profissionais já graduados que têm a possibilidade de revisar conteúdos que não viam desde os bancos acadêmicos. O conhecimento passou a ser um aliado sem fronteiras, que chega independentemente do ouvinte ter ou não um número de matrícula. Nossos estudantes são também aqueles que desejam aprender. São pais e mães que acompanham a rotina de estudo dos filhos. São animais de estimação que já se tornaram mascotes das turmas. São crianças que chegam ao colo dos pais e que enchem o nosso coração de ternura.
A pandemia nos afastou fisicamente, mas proporcionou elos que, presencialmente, talvez nunca pudessem acontecer. Seguimos aguardando ansiosamente pelo retorno aos prédios da Urcamp. Porém, enquanto não podemos, seguimos longe, mas cada vez mais perto. “Isso é o legado dessa pandemia: a gente se reinventar e saber que toca e chega na casa de muita gente. Acessa muito mais pessoas do que realmente o nosso número de alunos. Não deixa de ser, também, um orgulho, porque a gente está fazendo isso da melhor forma possível, com a qualidade no ensino”, encerra a pró-reitora de ensino.
Para finalizar, a reitora Lia Quintana traz uma mensagem que agrega aos acadêmicos mas, também, àqueles que ainda pensam sobre qual profissão escolher em um futuro próximo: “O mais importante da formação e das virtualizações das aulas, é compreender que não são todos os trabalhos que podem ser virtualizados, mas que a grande maioria, quando têm formação do ensino superior e tem um pouco mais de qualificação no mercado de trabalho, possibilita o teletrabalho”.
Implantado em 2019, o projeto de extensão Medicina Veterinária na Comunidade teve um ano de hiato nas atividades presenciais em decorrência das restrições da pandemia. Mas em 2021, através de uma parceria com a Coordenadoria de Bem Estar Animal, o grupo volta à ativa com cerca de 22 acadêmicos, promovendo atendimentos agendados pelo órgão municipal.
Responsável pelo projeto de extensão, a professora Paula Costa dos Santos explica que a idealização surgiu a partir da observação do crescimento populacional de cães e gatos em áreas urbanas, o que promove uma maior exposição da população a doenças zoonóticas, com maior prevalência entre as comunidades em situação de vulnerabilidade social.
Como no município de Bagé os programas de assistência precisam de apoio, o projeto surgiu, inserido nas atividades do Grupo de Estudos em Pequenos Animais (GEPA), com o objetivo de promover, nos bairros, atendimento clínico de cães e gatos e ações de controle das principais zoonoses. Através destas ações, os projetos também é uma ferramenta para inserir os acadêmicos do curso na comunidade, proporcionando a vivência prática da profissão.
Após a criação, em 2019, as três ações agendadas para 2020 tiveram de ser suspensas em função das restrições da pandemia. Mesmo assim, as atividades migraram para as redes sociais, onde o grupo passou a abastecer um perfil com informações relevantes sobre saúde animal.
Já neste ano, surgiu a ideia da parceria do curso com a gestão municipal, através da Coordenadoria de Bem-Estar Animal. “Precisávamos manter o projeto de extensão, que é extremamente importante e tem impacto na implementação de políticas públicas”, explica.
A parceria acontecerá da seguinte forma: uma vez por semana serão oferecidos oito atendimentos clínicos em cães e gatos. Todos serão realizados de forma gratuita no prédio central do campus de Bagé. A CBEA fará a seleção e encaminhamento dos animais para serem atendidos na Urcamp.
O contato com a Coordenadoria de Bem Estar Animal pode ser feito, das 8h às 11h30 e das 13h30 às 16h30, pelos números (53) 3240-5231 e (53) 997133705. Ou pelo WhatsApp, em qualquer dia e horário, pelo (53) 999412341.
O tema que integra uma das linhas de investigação da polícia, foi abordado pelo Delegado da Polícia civil e professor Universitário Márcio Moreno.
A aula contou com a participação das turmas e professores de Direito Penal da Graduação dos quatro Campi da Instituição e ainda com o engajamento dos professores Ana Paula Rocha, coordenadora do curso de Direito de São Gabriel, professora Cíntia Rocha de Bagé e professor Luiz Eduardo Dela Rosa D'Avila de Sant´ana do Livramento. A organização ficou por conta do professor Valeriano Neto do campus Alegrete. A coordenadora do curso de Direito de Alegrete, professora Fabiane Segabinazzi Pilecco, destacou o pioneirismo da atividade e a importância do tema.
Em um momento sem precedentes nos últimos cem anos – desde a ocorrência da gripe espanhola, no início do século XX – o mundo vem acompanhando a batalha em escala global de um vírus que já vitimou mais de 3,3 milhões de pessoas. Na vanguarda desta batalha estão os profissionais de saúde, que tem atuado exaustivamente desde a confirmação dos primeiros casos. São médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, técnicos em enfermagem que se tornaram, de uma hora para a outra, símbolos de proteção, resistência e amor à profissão neste momento.
Tanto em uma ala de internação para pacientes positivados quanto nos centros de tratamento intensivo, a presença mais constante é dos enfermeiros, que além de seguir as prescrições dos médicos especialistas, atuam de forma conjunta a eles, além de ter o contato direto com os pacientes, tentando tornar o tratamento o mais humanizado possível.
Assim como em 2020, a celebração do Dia Internacional da Enfermagem ganha contornos de homenagem àqueles que estão na linha de frente, lutando contra um inimigo invisível à olho nu, mas que deixou o mundo de joelhos.
Lidando com a pressão e o luto
No Hospital Universitário Dr. Mário Araújo, mantido pela Fundação Attila Taborda, são nove profissionais, responsáveis pelos cuidados com pacientes regulares – que não estão internados para tratar de covid-19 – além de 20 leitos destinados aos pacientes contaminados, que requerem cuidados específicos.
Para um profissional da área, lidar com o luto e a perda é uma constante. Mas não quer dizer que seja visto como algo normal. “Tem dias bons, dias ruins e dias muito ruins. Mas geralmente temos êxito”, conta Marcelo Cuadro, coordenador da unidade covid-19. Egresso da Urcamp, ele atua na instituição de saúde como enfermeiro há cerca de três anos. Antes disso, acumulou experiência, tanto no HU quanto na Santa Casa de Caridade, como técnico em enfermagem.
Ele relata que o profissional que está atuando em unidades de covid-19, tem duas tarefas: além de atender, da melhor forma possível o paciente, dando suporte médico e psicológico para enfrentar a doença, o enfermeiro também deve conquistar a família, para passar tranquilidade e confiança para quem vê um ente querido ser internado em isolamento. “Quando chegam na unidade, os pacientes são praticamente retirados de seus familiares – não tem acesso à visita física durante o tratamento, que dura de 10 a 14 dias. O contato é feito apenas através de videochamadas. Então a gente também tem que conquistar a família, que está entregando um familiar para os cuidados de um desconhecido”, conta. Cuadro comenta que a pandemia trouxe, também, mudanças na dinâmica de trabalho dos profissionais. Com os pacientes em isolamento, rodeado por incertezas sobre a evolução do vírus, os enfermeiros acabam criando um vínculo, já que serão o mais próximo de contato com o mundo exterior dos pacientes durante aquele período. “No momento em que entram, acabamos tendo uma proximidade maior, tem uma cumplicidade. Mas é bem delicado, principalmente quando enxergamos que vamos perder alguém. Aí a situação complica”, relata.
Foi a dor de perder um paciente que fez com que Larine Marques Noble, 33 anos, procurasse auxílio psicológico. Ela atua como técnica em enfermagem na unidade covid-19 do Hospital Universitário há dois anos, conciliando com as aulas do módulo III do curso de Enfermagem, da Urcamp.
Desde a abertura dos leitos para tratamento específico dos pacientes com covid no hospital, ela trabalha no setor. Quando a unidade perdeu os dois primeiros pacientes na luta contra o vírus, ficou extremamente abalada. “Tive que ir para a psicóloga, porque me sentia muito culpada em não poder fazer mais nada”, recorda. Mas mesmo enfrentando a pressão da rotina na unidade e o luto, ela afirma: “É pesado, mas, ao mesmo tempo, é gratificante ver os pacientes quando saem daqui agradecidos”, diz.
Aproximação com o paciente e humanização do tratamento A humanização no atendimento aos pacientes é apontada por Paulo Daniel Nogueira Medeiros como uma das principais missões de um Enfermeiro. Aos 55 anos, o profissional traz no currículo quase 40 anos de experiência na área da saúde. Ele iniciou a jornada como auxiliar de enfermagem e atua no Hospital Universitário há 23 anos – 18 deles como Enfermeiro, graduação que concluiu na Urcamp. Para ele, a parte mais pesada da atuação na linha de frente é a incerteza, com casos evoluindo muito rápido. “Nosso dia a dia já era muito estressante, mas agora é muito mais, principalmente com relação àquelas pessoas que chegam ao hospital bem e de repente tem 25% do pulmão comprometido, depois 50% e em seguida 75%; a gente acaba perdendo muitas vidas. Isso, para nós, é desesperador. Uma coisa é trabalhar com pacientes graves e outra é trabalhar com paciente que se torna grave da noite para o dia”, comenta. No contato direto com os pacientes, acompanhou cenas de vitória e cenas de luto. E a bagagem emocional que levou desses momentos veio à tona quando positivou para o vírus. Apesar de ter tido sintomas brandos, não pôde se furtar de imaginar possíveis cenários menos otimistas: “Tinha uma angústia muito grande, principalmente ao entardecer, porque não sabia se iria acontecer alguma coisa durante a noite. A ansiedade que não deixa saber o que vai acontecer amanhã é muito grande”, relembra.
Mudança na rotina familiar
Para se proteger da contaminação – e evitar, ao máximo, levar o vírus para dentro de casa - a enfermeira Juliana Tarouco Severo mudou toda sua rotina familiar. Responsável técnica da instituição, a profissional de 37 anos conta que chegou a ficar isolada do filho de quatro anos, quando começou a atuar na coleta de material para testagem. Mesmo com a pouca idade, o pequeno já conhece e respeita os protocolos de segurança impostos pela mãe. “Ele sabe que quando eu chego, ele não pode me tocar porque estou chegando com a roupa do hospital. Eu chego, tiro a roupa, vou direto para o banho”, conta. Apesar de poder chegar e retirar a roupa “de hospital”, como ela diz, não acontece da mesma forma com os momentos vividos dentro da instituição. As memórias dos momentos difíceis, inclusive, podem adoecer os profissionais da linha de frente que, não raro, desenvolvem depressão e ansiedade. Inclusive, os profissionais da Psicologia da Urcamp realizam um trabalho de amparo tanto aos profissionais quanto aos pacientes e familiares atingidos pelo vírus. “Ninguém cria um preparo emocional, de uma hora para outra, para ver uma cidade parar, um hospital cheio, todo mundo usando máscara, com medo, sem saber o que fazer. Foram momentos difíceis, com medo de levar para casa o que estava aqui dentro. Mas o orgulho é que, mesmo assim, não deixamos de cuidar do outro”, declara.
Primeiros passos na jornada de cuidado ao próximo É com esse sentimento de amor ao próximo e o cuidado com o outro que as acadêmicas Roberta Rodrigues, 19 anos, Eduarda Bianchin e Ana Luiza Machado, ambas de 18 anos, iniciam sua jornada como profissionais da saúde.
Estudantes do Módulo I do curso de Enfermagem da Urcamp, contam que escolheram a profissão justamente pelo desejo de cuidar dos outros em momentos delicados. Para Eduarda, inclusive, a decisão veio após a internação da mãe por covid. Ela conta que a mãe, Marilene, passou 15 dias internada por complicações graves decorrentes da contaminação. Quando deixou o hospital, contou à filha que os enfermeiros ajudaram muito na hora de levantar o ânimo da paciente na luta contra o vírus, enquanto estava afastada da família. “Os profissionais da saúde sempre tiveram essa importância toda, mas a população agora está tendo entendimento do quão importante são todos os membros da equipe, desde o auxiliar de enfermagem até o médico”, afirma.
Uma aula diferente, com convidados de fora e egressos, promoveu a troca de ideias para marcar o Dia do Enfermeiro, na noite desta quarta-feira, 12.
O Enfermeiro Márcio Rossato Badke, abordou o tema “Palestra Cuidando de quem cuida por meio das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde” e relatou que hoje no Brasil, existem 29 práticas regulamentadas, dentre elas o Reiki, Apiterapia, Aromaterapia, Massoterapia. Juntamente com a terapeuta Jana Rossato Gonçalves, o palestrante relatou os benefícios destas práticas alternativas no tratamento e recuperação de pacientes. “A partir do momento que você começa a aplicá-las você identifica qual prática deve ser aplicada de acordo com cada paciente. Existe evidência científica? Existe! Existe literatura? Existe uma biblioteca rica sobre este tema”, destaca.
Jana Rossato Gonçalves, propôs uma meditação virtual entre alunos, professores e convidados presentes. Através de um vídeo, identificou os chakras no corpo, que são campos energéticos e assim, ensinou um exercício prático de meditação.
A atividade ainda contou com as vivências e experiências do enfermeiro Mailon de Oliveira Moraes - Egresso do curso de graduação em enfermagem da Urcamp, pós graduado em urgência emergência e trauma, especialista em urgência e emergência e RT do pronto atendimento de Piratini e ainda com a interação da Enfermeira Andressa Luçardo Bueno - Egressa do curso de graduação em enfermagem da Urcamp. Pós-graduada em Enfermagem Obstétrica- UFGRS e enfermeira Obstetra no Hospital São Lucas da PUCRS.
Márcio Rossato Badke é Doutor em Ciências pela Universidade Federal de Pelotas - UFPel. Coordenador do Laboratório multidisciplinar de pesquisas em Práticas Integrativas e Complementares em saúde (LAPICS) da UFSM e Jana Rossato Gonçalves é Graduada em Comunicação Social - Terapeuta no Laboratório multidisciplinar de pesquisas em Práticas Integrativas e Complementares em saúde (LAPICS) da UFSM.
Para a coordenadora do curso de Enfermagem da Urcamp, professora Carmem Vaz, a iniciativa promoveu integração e gerou conhecimento agregado ao currículo do curso. “As atividades desta noite promoveram a união de propostas em ensino on-line, vinculadas ao presencial e integrando a Educação com a tecnologia, indispensável nos dias atuais.Foram proporcionados importantes momentos de reflexão e aprendizado com as diversificadas perspectivas, dividindo experiências que nos auxiliarão no exercício da nossa profissão", finaliza.
Com o tema “Integrando a Psicologia”, a Urcamp deu prosseguimento, na noite desta terça-feira (11/05), com o segundo dia da 32ª Semana Acadêmica do Curso de Psicologia. E o tema do encontro foi sobre “Gestão de Gente”, com a mestre e psicóloga organizacional, Raquel Barreto.
Formada na primeira turma do curso de Psicologia da Urcamp, em dezembro de 1994, Raquel se qualificou, posteriormente, como especialista em Ensino Superior e mestre em Desenvolvimento Social. Além de professora, também se destaca no mercado de trabalho como psicóloga organizacional há 25 anos.
Durante o bate-papo, que contou com cerca de 100 participantes, Raquel falou sobre os critérios e exigências no mercado de trabalho e os tipos de comportamentos que costumam ser adotados pelas pessoas. Isso tanto as que já estão empregadas quanto as que buscam por oportunidades. “De um lado, há empresas buscando colaboradores perfeitos; do outro, colaboradores buscando empresas perfeitas. Mas isso não existe. A condição que trabalhamos é que, em meio às imperfeições, tenham satisfação naquilo que fazem”, argumenta.
Dentro dos critérios de seleção, Raquel ressalta que são colocados em questão as necessidades da empresa; história da empresa; necessidade x vontade; competências técnicas e comportamentais. “Existe uma grande diferença entre a necessidade e a vontade de trabalhar”, argumenta.
Nesse contexto, baseado em sua experiência de 25 anos de atuação na área, conta como tem funcionado as seleções de empregos. “Há 25 anos, dos 10 currículos que eu recebia, fazia entrevista com os 10. Hoje, desses 10 currículos que recebo, três pessoas eu não encontro, ou seja, se eliminam sozinhas. Dessas sete que sobraram, pelo menos quatro se atrasam. Sobram três, e uma delas não vem. No final, acabam ficando só duas pessoas. Então, muitas vezes nem é seleção, pois as próprias vão se eliminando”, contextualiza. Outro aspecto ressaltado por Raquel é que a expressão “perfil” tem sido substituída por competências comportamentais. Nisso, cita dois exemplos. “Sorrir tem sido uma grande competência no mercado de trabalho. E ter entusiasmo passa uma sensação de que a pessoa possui energia. Então, além da tarefa em si, há sugestões de conduta, que consiste na pessoa ser simpática, permissiva ao contato e que tenha agradabilidade. Iniciativa e visão também são competências muito valorizadas”, comenta.
Programação
A Semana Acadêmica prossegue amanhã (12/05), às 14h, com as egressas da Urcamp, Maíra Maçãs e Etiene Nunes, que compartilharão suas trajetórias profissionais. Às 19h, a doutora Carolina Lisboa aborda a respeito dos mitos e fatos sobre bullying e cyberbullying e estratégias de intervenção.
Na quinta-feira (13/05), às 19h, a programação continua com a palestra sobre o trabalho do psicólogo na área forense e na área social da Psicologia, com a especialista Marília Centeno. E na sexta-feira (14/05), às 15h, acontece a palestra sobre ética profissional em tempos de redes sociais, com a especialista Mayra Osório. A programação será encerrada com uma oficina teórico-prática sobre musicoterapia, às 19h, com a professora de Música, Giovana Brizolla Santos.
Com o tema “integrando a Psicologia”, a abertura oficial da 32ª Semana Acadêmica do Curso de Psicologia da Urcamp foi realizada na noite, pela plataforma meet. A Pró-Reitora Acadêmica da instituição, Virginia Paiva Dreux, participou do evento. As palestras foram organizadas pelo Diretório Acadêmico do Curso. Mais de 100 alunos participaram da primeira atividade.
Na abertura, a pró-reitora salientou a importância de aprender coisas novas e falou sobre a importância de aprender coisas novas e trocar experiências. “Desejo uma semana acadêmica produtiva, com essa temática escolhida pelos alunos”, disse.
A primeira palestra foi com a psicóloga Michele Kaé, que falou sobre “a importância da Ludoterapia fora da caixa”. Ela explicou como trabalha com o tema e disse que é a terapia através da brincadeira, jogos e faz de conta, entrando no ambiente infantil. O segundo tema foi abordado pela psicóloga Débora Fava, que falou sobre a psicoterapia e uso de materiais lúdicos na sessão infanto-juvenil. Para a coordenadora do curso de Psicologia da Urcamp, Aline Silveira, a representatividade do curso de Psicologia Urcamp, que chega a sua 32ª Semana Acadêmica, contribuiu, ao longo dos anos, para o desenvolvimento social. Ela salienta a participação do Diretório Acadêmico, que organizou a semana. “´É muito importante essa participação dos acadêmicos nesses momentos voltados a oportunizar experiências diversificadas”, avalia.
A 32ª Semana Acadêmica continua hoje, com palestra sobre Gestão de Gente, às 19h, com a mestre Raquel Barreto. Amanhã, as engressas da Urcamp, Maíra Maçãs e Etiene Nunes, compartilham trajetórias profissinais, às 14h. A doutora Carolina Lisboa aborda mitos e fatos sobre bullying e cyberbullying e estratégias de intervenção, às 19.
Na quinta-feira, a programação continua com a palestra sobre o trabalho do psicólogo na área forense e na área social da Psicologia, às 19h, com Marília Centeno. Na sexta-feira, acontece a palestra sobre a ética profissional em tempos de redes sociais, com Mayra Osório, às 15h. A programação será encerrada com uma oficina teórico-prática sobre musicoterapia, com a professora de música Giovana Brizolla Santos.
Por Lucas Machado Acadêmico de Jornalismo da Urcamp
O curso de Pedagogia do Centro Universitário da Região da Campanha (Urcamp) promove nesta terça-feira (11/05) o 1º Encontro da Pedagogia Urcamp Online. O evento, que ocorre às 19h, contará com diversas pautas, incluindo a apresentação dos componentes e funções do Diretório Acadêmico do curso, apresentação dos alunos, abertura da Comissão da Semana Acadêmica, estatuto e lançamento da eleição. Também será organizada a atividade do Dia do Pedagogo, que se comemora no dia 20 de maio. Será emitido certificado para os participantes.
O presidente do Diretório Acadêmico do curso de Pedagogia, Davi Medeiros, ressalta a importância dos acadêmicos terem a oportunidade de possuir autonomia para colocarem seus conhecimentos em prática e aprenderem coisas novas através desta atividade extracurricular que também irá contabilizar horas complementares do que ele define como uma equipe de um trabalho voluntário. “Como temos assuntos para tratar com os demais colegas do curso, pensou-se em um encontro virtual para que possamos dialogar para acertarmos questões importantes, como a comissão para organizar a Semana Acadêmica e abertura das eleições para a continuidade do Diretório Acadêmico. Este é uma ferramenta importante para dialogar com a Coordenação do Curso, para elaboração de atividades como as que criamos no ano passado. Pretendemos realizar a Semana Acadêmica Online e para isso queremos contar com a participação de outros estudantes até mesmo para que possamos ter uma atividade que vá ao encontro com o que os discentes desejam que seja abordado”, enfatiza.
O curso O curso de Licenciatura, que possui a duração de quatro anos (oito semestres) e uma carga horária de 3.260 horas, visa formar profissionais da educação capacitados a docência para que possam atuar em áreas da educação infantil, anos iniciais do ensino fundamental, cursos de ensino médio, educação profissionalizante, serviços de apoio escolar e diversas outras áreas que necessitem conhecimento pedagógico. O curso de pedagogia também apresenta uma estrutura curricular organizada em núcleos, dimensões e componentes curriculares, estruturados de forma interdisciplinar por Eixos Temáticos, sendo os núcleos e as dimensões os elementos lógicos reguladores da formação.
Através de atividades curriculares, os acadêmicos do curso de Pedagogia da Urcamp passam por estágios profissionais, vivências em laboratórios de pesquisa, estágios curriculares, experiências em monitoria, participação em eventos na área de educação, participação em projetos de ensino, pesquisa e extensão, além de outras atividades primordiais à formação inicial do educador e do pesquisador em educação. Três grandes núcleos guiam o planejamento curricular: Núcleo de Estudos Básicos, Núcleo de Aprofundamento e Diversificação de Estudos e Núcleo de Estudos Integradores.
No último mês, os alunos do Colégio da Urcamp participaram da atividade: “Instagram Animal”, na qual cada aluno deveria criar uma rede social para o animal de sua escolha, de acordo com as características biológicas e ecológicas do mesmo. Na manhã das apresentações, os trabalhos foram avaliados por três jurados Externos (Unipampa e UFRRJ), com isso, os melhores perfis foram premiado com kits do Projeto Coral Vivo, Fundação Mamíferos Aquáticos e Projeto Uçá. Atividade realizada pela professora Cibele Cardoso.